Financiamento de imóvel: Tudo que você precisa saber
Comprar o primeiro imóvel não costuma ser algo fácil. Isso porque, se trata de um bem com valor alto, o que requer certo planejamento para que o comprador consiga sustentar a negociação. Sendo assim, atualmente, o financiamento de imóvel tem sido a forma mais usada para a compra de imóveis.
O financiamento é uma espécie de empréstimo que o comprador pega de uma instituição financeira ao comprar um imóvel. O banco, por sua vez, paga o valor à vista para o proprietário.
Ao pedir um financiamento, o comprador faz o pagamento em duas etapas: uma entrada à vista e o restante em parcelas.
Todo e qualquer financiamento cobra juros. É nessa cobrança que o banco lucra em cima da quantia emprestada.
Entretanto, quanto maior a entrada e menor a quantidade de parcelas, menor será a taxa de juros. A entrada costuma ser de no mínimo 10% do valor do imóvel.
Um financiamento pode durar até 35 anos, dependendo do banco e da idade do cliente. Quanto mais velho for o comprador, menor será o tempo permitido para a quitação.
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Como fazer um financiamento de imóvel
Ao se decidir por um financiamento de imóvel, a primeira coisa a ser feita é procurar um banco e pedir um pré-aprovação de crédito e simulação.
Recomenda-se fazer essa pesquisa em mais de um banco, pois as condições e taxas de juros variam de uma instituição para outra. Quanto maior for a taxa de juros, maior será a parcela e o valor final a ser pago.
Comece a fazer a simulação pelos bancos que você é cliente, pois essas instituições já possuem seu histórico financeiro, o que faz com que fique mais fácil a aprovação de um crédito.
O valor liberado pelo banco é calculado levando em consideração o preço do imóvel, a cidade em que ele está localizado e a renda do comprador.
O tempo médio para a liberação do financiamento é de 40 dias, podendo se estender por meses caso haja algum problema de aprovação ou nas documentações necessárias.
Quais documentos são necessários para o financiamento de imóvel?
Para solicitar um financiamento de um imóvel, as instituições financeiras pedem os seguintes documentos:
- RG / CPF/ Comprovante de endereço
- Comprovante de estado civil
- Comprovante de renda original: Para assalariados o holerite e para trabalhadores autônomos é possível apresentar a declaração de Imposto de Renda, contrato de prestação de serviços, recibos de recebimento por trabalhos prestados, declaração do sindicato da categoria ou Declaração Comprobatória de Recepção de Rendimentos (Decore), feita por um contador;
- Certidão conjunta negativa de débitos relativos a tributos federais e dívida ativa da união;
- Certidão negativa de propriedade do imóvel (se for utilizar financiamento com recursos do FGTS ou o Plano Minha Casa, Minha Vida não se pode ter um imóvel no município em que deseja fazer a compra);
Ao pedir a aprovação de um financiamento, o banco também faz uma análise cadastral e se o requerente estiver com o nome negativo em algum dos Serviços de Proteção ao Crédito, o financiamento é negado.
Financiamento com FGTS
Muitas pessoas usam o Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) para o financiamento de imóvel.
Isso é possível para aqueles que trabalharam por no mínimo três anos com carteira assinada.
Todo mês, o empregador deposita em uma conta o equivalente a 8% do salário bruto do funcionário em uma conta. Este valor pode ser usado como entrada na compra do imóvel.
Tipos de financiamento de imóvel concedidos pelo banco
Há dois tipos de financiamento, são eles:
- Tabela Price: Neste tipo de financiamento de imóvel as parcelas possuem um valor fixo;
- Sistema de Amortização Constante (SAC): nesta negociação as parcelas diminuem ao longo do tempo.
As parcelas do financiamento são calculadas levando em consideração o prazo para pagamento e o tipo de financiamento.
Há bancos que trabalham com as duas opções e outros apenas com uma. Por isso, é fundamental simular o financiamento nas duas formas de pagamento e em diversas instituições financeiras e atentar para as taxas de juros.
Os juros de um financiamento habitacional de um imóvel com o valor de R$ 500 mil varia uma média de 8% a 10% ao ano.
Em geral, os bancos públicos possuem taxas e condições de pagamentos mais vantajosas.
Entretanto, é preciso lembrar que independente do tipo de negociação escolhida, todas as parcelas serão corrigidas pelas taxas de inflação, ou seja, é preciso está preparado para o aumento anual.
Para não haver surpresas, identifique no contrato o período em que ocorrerão os reajustes.
Para que não haja comprometimento no orçamento mensal, recomenda-se que o valor da parcela do financiamento comprometa no máximo 20% da renda líquida.
Gastos após o financiamento de imóvel
Ao fazer o um financiamento, o comprador deve ter em mente que além da entrada, precisará ter disponível dinheiro para outras despesas inclusas na compra.
Para o imóvel ser efetivamente seu, é preciso que esteja com a escritura em seu nome.
Ao optar pelo financiamento, o contrato com o banco tem o valor de uma escritura. Entretanto, o registro precisa ser feito no cartório, o que tem um custo.
Além disso, será necessário fazer o pagamento do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), que corresponde a 2% do valor do imóvel e é cobrado pela prefeitura.
Os gastos cartoriais e com o ITBI podem chegar a 10% do valor total do imóvel. Por isso, é importante avaliar com o banco se esse valor pode ser incorporado nas parcelas do financiamento.
Outro custo que o proprietário deve arcar é com o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) é uma taxa cobrada pela prefeitura que deve ser paga uma vez ao ano (podendo ser parcelada).
Perguntas comuns sobre o financiamento de imóvel
A seguir, confira as respostas para os principais questionamentos de quem está pensando em financiar um imóvel:
1. Vale a pena fazer um financiamento de imóvel?
Apesar dos juros cobrador, o financiamento é uma boa alternativa para quem quer conquistar o sonho do imóvel próprio, mas não possui capital suficiente.
Quem mora de aluguel e possui dinheiro para esse investimento, o financiamento deve ser altamente considerado, pois as parcelas mensais estarão pagando um imóvel que será seu.
Ao contrário do aluguel, que é um dinheiro pago para satisfazer uma necessidade momentânea, não sendo uma solução em longo prazo.
2. E se não conseguir cumprir com o financiamento de imóvel?
Caso você por algum imprevisto não tenha mais condições de pagar o financiamento, é possível ver o imóvel que está sendo financiado e recuperar parte do que pagou.
Essa é mais uma vantagem em relação ao pagamento de aluguel, já que se você não tiver mais dinheiro para pagar será despejado e não receberá de volta nada do que já gastou.
3. Sempre compensa trocar o aluguel pelo financiamento?
Nem sempre o financiamento é melhor que o aluguel. Em casos em que o aluguel pago é muito baixo ou em que a pessoa more na casa de um familiar, vale a pena economizar durante um tempo para comprar um imóvel à vista ou dar uma entrada maior no financiamento.
Lembrando que dinheiro na mão é sinônimo de desconto. Quem paga à vista consegue um desconto de até 20% no valor do imóvel e essa porcentagem pode chegar a até 40% em eventos como o “Feirão da Casa Própria”.
Por isso, vale a pena fazer um planejamento e economizar para ter o dinheiro em mãos para a compra de um imóvel.