Menos juros e mais crédito geram oportunidade para investir em imóvel

A pandemia de Covid-19 trouxe muitas mudanças nas vidas dos brasileiros e um dos momentos econômicos mais desafiadores das últimas décadas para o país. Dentro do cenário de isolamento social e mais tempo em casa, o desejo de morar bem, com mais qualidade e estrutura, foi um dos pontos que se evidenciou nestes últimos meses.
Este momento tão deliciado pode, porém, ser a melhor hora para investir em um imóvel? Alguns fatores indicam que a resposta para esta pergunta é sim.
Uma pesquisa realizada pelo Grupo Zap para a revista EXAME aponta que 60% dos entrevistados avaliam que este é um bom momento para comprar um imóvel. O mercado já sente essa impressão.
Dados do estudo Indicadores Imobiliários Nacionais do 3º trimestre de 2020, realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional), em parceria com a Brain Inteligência Estratégica apontam que as vendas do mercado imobiliário cresceram 8,4% em 2020, a despeito do cenário econômico de queda em muitos setores.
Os principais motivos que embasam a afirmativa de que essa é a hora para comprar um imóvel estão justamente na conjuntura econômica. Para colaborar na recuperação da economia, a redução da taxa de juros – hoje em 2%, constituindo um dos valores mais baixos da história – fez com os financiamentos para imóveis ficassem mais baratos e, ao mesmo tempo, a oferta de crédito crescesse e gerasse uma competição entre os bancos, que favorece o consumidor.
A diretora da JVF Empreendimentos, Juliana Oliveira, destaca que o momento é oportuno para quem quer comprar um imóvel para morar e também como investimento.
“Temos hoje no país uma queda na taxa de juros que a levou a um patamar histórico, ao mesmo tempo em que há uma maior oferta de crédito. Então, isso se traduz em mais oportunidades para quem deseja financiar, que terá mais possibilidades de escolha e juros menores”, reitera.
Estrutura e localização são itens que mais influenciam na escolha do imóvel
A pesquisa do Grupo Zap aponta uma tendência de que os brasileiros busquem imóveis maiores e com mais estrutura.
Os entrevistados afirmaram, por exemplo, que entre as razões para comprar uma nova moradia estão a estrutura (58%), localização (49%), oportunidades financeiras (43%) e momento de vida (33%). Além disso, 19% dos ouvidos acreditam que esse é o momento em função de bons preços, enquanto 13% desejam aproveitar os juros baixos.
Juliana observa que a estrutura do apartamento e do condomínio, aliada à boa localização é um desejo que sempre margeou a escolha dos imóveis, mas a necessidade de estar mais em casa evidencia a necessidade de que este local seja agradável, com o tamanho adequado à família e em uma região segura e tranquila.
“Na JVF esses aspectos sempre foram prioridades. Nossos empreendimentos possuem plantas com dois ou três quartos, para famílias de diversos tamanhos, com suíte e varanda, e todos esses ambientes, quando bem planejados, tornam o lar um local extremamente confortável. Espaços e plantas bem planejadas fazem toda a diferença”, pontua.
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Juros e competição
Em função do cenário diante da pandemia de Covid-19, o Banco Central decidiu acelerar a queda da taxa de juro de 4,5% para 2% ao ano, com o intuito de evitar que a recessão fosse tão profunda como indicado. Esse fator foi decisivo para a recuperação do setor imobiliário e para que as oportunidades de compra de imóveis fossem abertas para os consumidores.
Isso porque, os financiamentos são feitos por instituições que pagam o imóvel e parcelam essa dívida para o comprador. Esse valor, porém, é acrescido de taxas de juros e correções monetárias. Com juros mais baixos, o valor total do financiamento fica menor, fazendo com que o comprador possa pagar parcelas mais baixas ou reduzir o tempo de pagamento.
As taxas de juro do crédito imobiliário no Brasil tiveram uma queda de mais de 50% em quatro anos. Em 2016, eram de 15,6% ao ano, chegando a 7,6% em 2020.
A Caixa Econômica Federal é responsável por cerca de 65% dos financiamentos de imóveis no Brasil. Ela financia entre 50% e 90% do valor, a depender de uma série de fatores, como a renda familiar. Esta instituição tem fomentado o mercado – além da redução de juros, foi o primeiro banco a lançar a linha de crédito imobiliário indexada ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Na outra ponta, os bancos privados, que historicamente tinham condições menos atrativas que os públicos para a aquisição de financiamento, também deram passos para se tornarem mais competitivos. O Itaú, por exemplo, lançou uma linha de crédito atrelada à poupança.
Rodrigo Marco, sócio da Promotore – consultoria, crédito e financiamento, avalia que a disputa acirrada por clientes pelas instituições financeiras é mais um fator que leva a um bom momento para a compra de imóveis.
“Quando falamos no Programa Casa Verde e Amarela (antigo Minha Casa, Minha Vida), este é feito apenas pelo Banco do Brasil e pela Caixa. Já na modalidade SBPE, apesar da Caixa ser líder de mercado, em alguns casos os bancos privados oferecem condições mais vantajosas”, pontua.
Investimento
É indiscutível que comprar um imóvel pode promover qualidade de vida e segurança para quem vai morar nele, mas além disso, investir em neste setor também é um bom negócio.
Juliana Oliveira, diretora da JVF, salienta que o investimento em imóveis é rentável e tem um risco baixo.
“Enquanto temos muitos investimentos com renda baixíssima neste momento, a valorização dos imóveis é em média de 18%”, analisa.
O imóvel é um bem que pode ser disposto em caso de necessidade, mas entre a compra e a venda, se o investidor observar alguns fatores, a valorização pode ser bem interessante. Alguns desses pontos são a estrutura do bairro do empreendimento, projeção de obras públicas ou empreendimentos que beneficiem a região, e a qualidade e estrutura. Além disso, um imóvel pode ser alugado, gerando uma renda segura para a família.
Outro fator está relacionado à conjuntura atual – ao mesmo tempo que em que reduz custos para a compra de imóveis, as baixas taxas de juros tornaram aplicações em renda fixa menos rentáveis.
Como se planejar para comprar o imóvel
Com o mercado a favor, o passo seguinte para realizar o sonho da casa própria é se planejar.
Nesse processo, alguns pontos devem ser avaliados e algumas etapas seguidas. Se a intenção é fazer um financiamento, é importante avaliar a renda familiar e saber que ela não pode ser comprometida em mais de 30% com as parcelas.
Esse número, porém, é uma regra geral. É importante que o comprador avalie sua situação, contas e despesas para saber quanto pode dispor para o pagamento mensal. Uma boa dica é dar a maior entrada possível, visto que dessa forma o valor do financiamento e, por consequência, dos juros, será menor.
Outro ponto é entender que nem sempre se pode “substituir” o que se paga de aluguel pelo valor da parcela. Isso poque, além do financiamento, será necessário pagar condomínio, luz, IPTU e, se isso está incluído no valor do aluguel, é preciso considerar essa diferença na conta.
Em momento de mais ofertas de financiamentos, é fundamental pesquisar várias instituições financeiras e comparar as ofertas. Lembrando que mesmo dentro da mesma instituição pode haver mais de uma possibilidade de financiamento imobiliário, e uma delas vai se adequar mais. As instituições bancárias oferecem a possibilidade de fazer simulações para financiamento, algumas até mesmo online.
É fundamental também avaliar o bairro, verificando se tem uma boa valorização, e o imóvel avaliando se atende as necessidades da família. Se for comprar um apartamento na planta, é importante pesquisar o histórico da construtora para saber sua confiabilidade na entrega no prazo e qualidade dos empreendimentos.
Enfim, é importante pesquisar com calma e planejar sem tomar atitudes impulsivas, mas sem deixar de aproveitar o momento. Afinal de contas, dados apontam que os preços dos imóveis em Salvador cresceram cerca de 3% este ano e o bom momento do mercado imobiliário pode, no futuro, trazer um aumento de preços. Ou seja – a hora é agora.
Cenário Favorável – Rádio Excelsior
Juliana Oliveira conversou com Fernando Cabus, apresentador do Manhã Excelsior sobre o atual cenário favorável no mercado imobiliário para a compra de imóveis. Ouça a entrevista completa.