Público da terceira idade busca imóveis com lazer e acessibilidade
O aumento da expectativa de vida no Brasil e as novas tecnologias de tratamentos e avanços na qualidade de vida fazem com que seja uma realidade que, além de mais numerosos, os idosos hoje sejam mais ativos e independentes. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), calcula-se que, em 40 anos, o número de homens e mulheres na terceira idade triplique no Brasil, chegando a 66,5 milhões de pessoas.
Esse público, que busca conforto e comodidade para uma aproveitar a vida, tem se tornado um perfil de consumidor importante para muitos setores. No Brasil, a população nessa faixa etária supera 29 milhões, os quais são responsáveis por até 20% do consumo registrado no país anualmente.
No mercado imobiliário, isso não é diferente, e a oferta de imóveis adequados às necessidades e exigências das pessoas na terceira idade se dissemina.
Uma nova moradia
Com a expectativa de uma vida maior e idosos cada vez mais ativos e saudáveis, a procura por conforto e comodidade se reflete diretamente na moradia e torna o público um novo segmento na busca por imóveis, observa Nane Brandão, diretora comercial da JVF Empreendimentos.
“Nos últimos meses, a procura por imóveis da JVF nesta faixa etária cresceu 20% e a tendência é que tenhamos cada vez mais busca, principalmente por demanda de troca de moradia. Os idosos estão em busca de condomínios com equipamentos mais modernos, que proporcionem um maior cuidado com a saúde e tenham mais opções de lazer”, aponta.
Nesse sentido, empreendimentos como os da JVF, com academias, estúdio de pilates, quadra, pista de caminhada e locais para jogos que possibilitem o encontro e socialização são muito procurados.
“Hortas e ambientes ao ar livre também têm se mostrado fator importante para este público, se tornando uma tendência. O que ocorre nos últimos anos é a migração para imóveis mais novos e mais modernos e, muito por conta da pandemia, que ofereçam espaços ao ar livre”, detalha a diretora.
Nane observa que imóveis grandes, antigos, com escada ou demandando muita manutenção estão sendo trocados por espaços menores e mais funcionais, que propiciem também a atividade física e o convívio social.
“Outra tendência é morar próximo a amigos e familiares. Muitas vezes, toda uma família mora em um único condomínio, e a compra conjunta entre os familiares tem sido cada vez mais comum. Temos casos em que todos os filhos, com suas respectivas famílias e pais moram no mesmo prédio e isso foi inclusive fator decisivo para a compra”, conta a diretora comercial.
Em busca de autonomia e conforto
Os empreendimentos com estruturas de lazer e saúde, modernos, práticos e adaptados são opções interessantes para o público da terceira idade, que busca conforto, socialização e autonomia.
Em artigo publicado no Jornal A Tarde, Cláudio Cunha, presidente da ADEMI-BA (Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia), aponta que a pandemia acelerou mudanças no comportamento e no consumo, e, como o percentual de idosos que compõem a pirâmide etária do país cresce, uma parcela significativa da oportunidade de negócios está vinculada a imóveis que atendam aos anseios e necessidades de brasileiros com mais de 60 anos.
“No caso do público sênior, cresce uma forte demanda por imóveis com tomadas em altura acessível, elevadores com dimensões diferenciadas, rampas, ambientes sem degraus, portas e corredores mais largos, além de piso antiderrapante nas áreas molhadas, com conforto, segurança e também estrutura de suporte à saúde”, escreveu Cláudio.
A completa acessibilidade em todas as estruturas dos condomínios é outro ponto que aproxima a JVF do público sênior.
“A acessibilidade sempre foi uma preocupação da empresa. Não apenas no acesso aos apartamentos, com elevadores mais amplos e outros recursos, mas também nas áreas de lazer e saúde. Dessa forma, os idosos podem usufruir de todos os equipamentos com mais segurança e facilidade”, aponta Juliana Oliveira, diretora da JVF.
Facilidades no pagamento
Nane aponta que diferente do às vezes se pensa, o acesso ao financiamento também é possível para o público sênior e é um facilitador na compra de imóveis para quem tem mais de 60 anos.
“As instituições financeiras liberam créditos de forma que o beneficiado tenha no máximo 80 anos e 6 meses na data de pagamento da última parcela. Ou seja, depende de quanto a pessoa tem disponível mensalmente para pagar as parcelas, qual a sua idade vigente e em quantos anos o financiamento pode ser parcelado. Uma pessoa de 60 anos, por exemplo, que atende a todos os requisitos pode financiar em até 20 anos e 6 meses. A última parcela do financiamento deverá ser paga até 80 anos e 6 meses”, explica.
Ela salienta que, o que se observa no dia a dia, é que grande parte deste público já possui todo o valor do bem ou boa parte dele, facilitando ainda mais a compra. Uma possibilidade é dar uma entrada maior e fazer um financiamento mais breve. Dessa forma, o cliente vai pagar menos juros e conseguir boas condições.
Saúde física e mental
Para a geriatra da S.O.S. Vida, Fernanda Reis, ter acesso a ambientes seguros e adaptados para lazer e atividades físicas é fundamental para a saúde física e mental dos idosos.
“Temos reforçado que qualidade de vida na terceira idade tem alguns pilares importantes, como atividade física, que ajuda na prevenção de quedas e na promoção da saúde física e mental em geral, assim como a manutenção da socialização e lazer. Nesse contexto, quando temos ambientes de moradia que proporcionam isso com segurança e acessibilidade, facilita a autonomia do idoso”, observa a médica.
Ela destaca que a socialização é fundamental para as pessoas com mais de 60 anos, afastando a depressão e ansiedade. Além disso, Fernanda afirma que locais com possibilidade de contato com a natureza, como condomínios com hortas e ambientes ao ar livre, ajudam na promoção à saúde.
“Já temos estudos associando benefícios da caminhada ao ar livre para pacientes com Alzheimer. Além disso, tendo esses espaços dentro de um condomínio, aumenta a segurança para o público da terceira idade. A acessibilidade também colabora nesse sentido, reduzindo o risco de quedas e acidentes”, aponta a geriatra.